sábado, 26 de dezembro de 2009

A Vida.

Eu nunca acordei e passei a pensar em qual é minha utilidade nesse mundo e essas coisas. Eu sempre fui mais do grupo dos conformistas. A idéia da necessidade que o mundo pode ter de mim (ou não) não me pertuba. Eu estou apenas vivendo.

E não foi Bob Marley quem disse que a vida é a maior de todas as aventuras, e a única da qual não sairemos vivos? E não foi ele próprio quem disse que, por causa disso, deveríamos aproveitá-la ao máximo? Nunca fui muito fã de reggae, mas esse cara sabia das coisas. Existem frases de sua autoria que realmente fazem sentido em minha cabeça. Essa foi a que mais marcou.
E Carlos Drummond de Andrade, que ressalta que sofremos por opção. "A dor é inevitável. O sofrimento é opcional. " Este é outro de quem nunca fui muito fã, mas que faz sentido. Quem não arrisca não petisca.

E por que logo eu, que tenho tudo isso na cabeça, tenho medo de viver? E ao mesmo tempo de morrer? A cada dia que passa, sinto que este dia apenas passou. Em vão. Daqui a algum tempo será apenas resquício em minha memória. Eu digo que quero viver ao máximo. Tem dia que acordo e penso "hoje, farei algo diferente". Mas nunca faço. Gostaria de tirar um dia de folga para fazer as coisas que nunca fiz, como fez Audrey Hepburn em "Bonequinha de Luxo". Mas o que eu nunca fiz que vale a pena ser feito? Sinto que, se eu realmente fizer algo, tudo desabará sobre a minha cabeça. E eu não aguentaria o peso.

A minha vida não tem sido motivo de reclamações. Pelo contrário. Mas algo falta... E eu não sei dizer o que. Sinto que a resposta não está aqui comigo. Eu costumava me esquecer desse vazio quando estava com meu namorado, mas, agora, nem isso adianta. Nele também falta algo.
E a vida continua. Aqueles dias que passaram, eu não os terei de volta. E eles passaram em branco. Poucos são coloridos. Alguns de cores claras, leves. Outras bem fortes. Mas essas são mais raras. A minha felicidade completa é a mais rara.

Acho que poderia começar a viver a partir do momento que realizasse o que quero. Mas quais são meus desejos, minhas vontades? Meus sonhos, meus planos? Não tenho algum. Nada concreto. Nada que me faça querer realizar. Será esse o vazio?